O DIIV chega ao seu terceiro álbum com o som renovado,
trocando o post punk oitentista pelo shoegaze, esse também é o primeiro álbum
lançado depois do vocalista e guitarrista Zachary Cole Smith entrar no rehab
por conta de seus abusos de drogas, eu falo isso porque muito desse álbum fala
sobre o abuso de substancias toxicas, musicas como “Horsehead”, “Skin Game” e
“For the Guilty” todas tem como plano de fundo os vícios que Zachary vem
combatendo desde 2017. Esse também é o primeiro álbum sem o baixista David
Ruben Perez, que foi demitido em 2017 por ser um channer homofóbico e racista
(ou seja, só um channer).
Agora falando um pouco mais do álbum, em “Deceiver” o DIIV
teve bastante sucesso em criar o shoegaze melancólico e noturno que eles
almejaram criar, o que se percebe em musicas como “Taker” e “Like Before You’re
Born”, alem disso o álbum possui uma produção suja, atmosférica, porem ainda
bem acessível para as pessoas, claro que tem alguns problemas, a transição
entre as musicas não é muito boa, na verdade eu achei essa parte meio mecânica
e difícil de se adaptar, mas nada realmente muito defeituoso.
Ainda na parte dos problemas temos a musica “Lorelei”, que
ainda possui o som melancólico das musicas anteriores (na verdade essa musica é
melancólica até demais), e poderia ser uma ótima musica, se não fosse os feedbacks
de guitarra constantes na musica. Eu gosto de feedbacks eu não vou negar, mas
feedback toda hora é incrivelmente irritante, essa musica é quase um earrape de
tanto feedback, ou seja como vocês imaginam, essa é a pior musica do álbum, o
lado bom é que depois dessa musica vem uma das melhores, “Blankenship”.
As letras desse álbum são boas, elas sabem transmitir o
sentimento que Zachary estava sentindo em relação aos seus vícios sem deixar a
mensagem obvia e maçante, ou seja, desculpe pela agressão gratuita, mas as
letras desse álbum tratam de temas como a depressão e o vicio em drogas de
maneira muito melhor do que muito artista de emo rap que tem por ai. Sim era só
isso mesmo eu não quero dar à louca, eu não preciso me rebaixar pra esse review
ficar uma porcaria. Voltando para as letras, até quando elas tratam de temas
que geralmente são maçantes, vídeo aquecimento global em “Blankenship”, eles tratam
de maneira que não deixe a mensagem tão maçante e horrenda do que em varias
musicas sobre o tema e outros temas políticos (como os “álbuns” patéticos que o
Ministry, o Machine Head, o Gang of Four, entre varias outras bandas lançam
desde que o Trump foi eleito). Apesar disso as letras ainda são claramente
sobre o aquecimento global e sobre combater o aquecimento global e as pessoas
que ajudam bastante a chegarmos á situação de estar fazendo 34˚ na primavera,
da Groenlândia estar virando um gigantesco monte de pedra, e de literalmente
metade do mundo poder estar morto ou quase morto em 20 ou 30 anos. Pode ser
meio maçante (porque é), mas é uma mensagem bem importante principalmente nos
tempos de agora.
Eu meio que me prolonguei muito nessa parte, mas enfim, é um
ótimo álbum, eu recomendo bastante pra quem gosta de shoegaze e de rock
alternativo, claro que não é nenhum “Loveless” ou “Souvlaki”, mas ainda é um
ótimo álbum com boas letras e alguns pequenos problemas aqui e ali, mas nada
que tire a qualidade do álbum.
NOTA: 8/10
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