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REVIEW ALTERNATIVO: Kero Kero Bonito-Civilisation I (EP, 2019)



Olha que legal, dois reviews no dia, isso é bem interessante não é mesmo, acho que a sua resposta é não, muita gente posta mais de dois reviews no mesmo dia, mas isso não interessa, o que interessa e que esse é o começo de um novo review alternativo.

Dessa vez vamos falar de um EP, um EP até que bem “velho”, foi lançado em setembro do ano passado. Esse EP é o Civilisation I da banda eletrônica britânica Kero Kero Bonito, exatamente mais um britânico. E eu até que tenho bastante coisa pra falar sobre esse EP, mas eu vou tentar ser rápido.
Civilisation I é o lançamento mais político do KKB, os temas das três musicas incluem o aquecimento global, guerras, autoritarismo, protestos, conteúdo místico/religioso e, acima de tudo, o fim dos tempos.

 É um álbum liricamente bem sombrio, mas também bem profundo (e sem soar pretensioso), principal exemplo sendo “Battle Lines”, que fala principalmente sobre como o mundo nunca vai viver totalmente em paz, como governos fazem uma lavagem cerebral para levar o povo para a guerra, e basicamente como o autoritarismo é uma bosta, e a letra é bem escrita, sendo bem direta, mas que evita ser desajeitada e enfadonha, essa é a parte que eu gosto das letras desse álbum, elas são diretas na mensagem, mas não enfiam a mensagem pela sua goela, o que é ótimo considerando como foi à qualidade lírica da musica de protesto desde que o Donald Trump foi eleito (Por exemplo, 93PUNX, lançado por Vic Mensa no mesmo ano que Civilisation I foi lançado, em uma patética tentativa de misturar rap com punk, ou do Machine Head, com a tenebrosa musica “Bastards” (que inclusive usa palavras racistas, pra falar mal do racismo, porque ¯\_()_/¯), e o Ministry nunca lançou um álbum em 2018, e ninguém vai me convencer do contrario).

senhoras e senhores, a mesma banda que fez "Flamingo".

O mais próximo que esse álbum chega a ser “forçado” tematicamente é em “When the Fire Comes” e mesmo assim a letra é poética o suficiente para ser bem agradável de ler. “The River”, e mais místico-religiosa do que política, mas ainda contem a temática de fim dos tempos (dessa vez com um tema diluviano), alem de ter os mesmos temas de aquecimento global da faixa anterior. Essa musica também tem a única parte em japonês desse álbum, escondida, ao fundo do segundo verso, mas ela esta lá, e é bem satisfatorio.

Musicalmente esse álbum é mais próximo de uma versão mais sombria do Bonito Generation, do que dos anteriores TOTEP e Time n Place, ou seja, é mais eletrônico, mais pop, mais feliz (apesar dos temas relativamente deprimentes), mais também bem complexo com sua pequena, mas bem vinda dose de experimentalismo. As musicas são bem cativantes, bem dançáveis, bem “pop”, principalmente “Battle Lines”, vocês já perceberam que eu adoro “Battle Lines”, é a minha musica favorita desse EP, “When the Fire Comes” é meio fraquinha mas é boa também, contendo muitas das mesmas coisa de Battle Lines, só que um pouco mais “tropical”, acho que não é essa a palavra mas beleza. “The River” é uma musica mais ambiente, mais drone, mas ela ainda tem a energia pop das musicas anteriores, é uma musica bem bonita. Alias a voz da Sarah é bem relaxante nesse álbum, combina perfeitamente com a musica, o vocal dela é bom, só isso, é muito bom.

A produção também é bem solida, tendo um bom uso de experimentalismo, sem tornar o EP caótico, alem dos instrumentais serem bem feitos e bem tocados, eles realmente mandaram bem nesse álbum.
Algo negativo: um, o EP é muito curto (só 12 minutinhos), “When the Fire Comes” é um letdown, apesar de ainda ser muito boa... acho que só.

Civilisation I é um excelente EP, com uma composição bem feita, com ótimos vocais, com letras maturas e que não enfiam sua mensagem pela goela do leitor e nem alienam o ouvinte (a mesmo que esse ouvinte seja um negacionista do aquecimento global), é um EP excelente, um dos melhores do ano passado, e termino esse review alternativo com tamanho de review normal revelando que a minha nota é...

NOTA: 8.6

Alias, queria dizer obrigado para a Sarah pela capa dos singles, eu achei elas bem interessantes e inclusive eu vou usar a capa do “Battle Lines” como wallpaper do meu celular, um beijo do Brasil, Tchauzinho JJJJ.



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