Bom dia pessoal, eu sou o Ricardo e esse é o novo álbum do Druida. Esculturas de Ossos.
Druida é um artista paranaense de música ambiente, geralmente também com elementos da folktronica e da música glitch, também tendo várias influências de outros gêneros como Avant-Folk e Neo Psicodelia (Musgo), chillwave, drone e música eletroacústica (Líquido), além da sempre presente influência do drone, em Esculturas de Ossos, os gêneros da vez são a música vapour e o Hypnagogic pop.
Eu fiz um pequeno review do último álbum dele, Liquido, há alguns meses atrás, no meu flopado quadro WITL, na minha opinião a música até que era bem decente, porém o álbum sofreu com o fato dele ser extremamente curto, tendo várias músicas pouco desenvolvidas e que pareciam mais sonhos febris facilmente esquecíveis do que músicas reais. E infelizmente, isso ainda é um problema, e no caso de Esculturas de Ossos, esse problema é até bem levemente piorado.
Neste álbum as músicas até são bem mais acabadas, e como no anterior, elas são em sua grande maioria perfeitamente agradáveis, tendo até alguns momentos de brilho como a primeira música “Viajante”, “Sob a Vig°lia” e “Povoado de Cadáveres", mas mesmo assim, os problemas continuam, músicas continuam indo e vindo como sonhos curtos que são imediatamente esquecidos no momento que você acorda, o álbum, apesar de ser 10 minutos mais longo que o anterior, ainda é extremamente curto, muitas músicas parecendo não terem sido finalizadas (eu sei que isso contradiz o que eu disse acima, mas é a verdade).
A produção é outro ponto problemático, afinal, em alguns pontos ela é incrivelmente criativa, instrumentos como sintetizadores e baterias eletrônicas são bem tocados, e a atmosfera do álbum é bem estabilizada e trabalhada, por outro lado, o som e a mixagem do álbum é turva, desorientada e por vezes irritante (exemplificada primariamente pelos insuportáveis triângulos/sinos/algum instrumento metálico em “The Chances of You Not Being the Chosen One”).
Por fim, no final do álbum, quando a última música, a boa “O Soldado e o Tigre”, que aliás tem uma pequena linha de baixo que é genuinamente muito boa, termina, passam-se alguns segundos, e aí vem uma faixa escondida.
Eu não gosto de faixas escondidas, um dos meus maiores traumas musicais é pesquisar álbuns na wikipedia, ver na parte de faixas que a música final tem, digamos 42 minutos, apenas para ver depois um parênteses explicando que a música na verdade tem 5 minutos, 35 minutos de silêncio e uma faixa escondida de 2 minutos, a faixa escondida na maioria das vezes nem é boa, muitas vezes ela nem música é, e sim só gente falando, ou o barulho da noite, ou sei lá, o cara vomitando, é quase sempre alguma merda desse tipo, e quando tem a música, geralmente é ou uma musiquinha acústica medíocre, um drone curto que ninguém liga, ou uma música super barulhenta que ninguém consegue ouvir inteira.
Em Escultura de Ossos isso não é diferente, há faixa escondida é apenas um drone, às vezes aparece uma voz distorcida falando bem rápido alguma coisa que eu não faço a menor ideia se ta em portugues ou não, e eu pessoalmente não me importo muito, é uma musiquinha secreta bem ruim, como comer um strogonoff e descobrir que o champignon na verdade é azeitona.
No fim, isso é Escultura de Ossos, um álbum decente, porém das quais os seus defeitos são muito mais interessantes do que o seus méritos, o álbum possui músicas boas, tem uma atmosfera bem trabalhada e é um álbum incrivelmente competente para um artista que tem apenas 17 anos, mas as músicas curtas demais, a produção questionável e a sensação de que nada realmente é memorável estragam um pouco o que seria um bom álbum de música ambiente. Não há mais nada para se dizer, a minha nota é um…
NOTA:6.6
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